quarta-feira, 5 de maio de 2010

FOLINHA VERDE SEM LINÇENCA DE APANHAR!


RÔ vc é fantástico!!!
Obrigado por nos fazer relembrar...

Este Blog é nosso! Vamos expor esse orgulho e mostrar pq não abrimos mão de amar nossa linda e maluca família!!!

Amo você!!

Em minha memória repousa a lembrança da Tia Icléia. Lembro-me que com seus cabelos sempre bens aparados pela altura dos ombros (as vezes mais curto), entre a reza de um terço e outro, em seus bons momentos sempre sacava do seu bolso de longo vestido estampado uma folha de planta qualquer e dizia: FOLINHA VERDE SEM LINÇENCA DE APANHAR!Certamente muitos barbados do velho Oeste norte americano perderiam duelos para ela...
Ao ver que eu me encontava rendido, sem nem mesmo uma folha de alface do almoço pela frente para ficarmos quite, com um ar de superioridade ela me dizia: "Ih, não tem folhilha verde?! Então me deve uma moedinha...". Por fim, devia mais moedinhas que minhas mesadas podiam pagar! Daí resolvi aceitar a peleja! Estava motivado a reverter a situação. Coloquei uma folha na carteirinha da escola e sempre que a encontrava pulava na sua frente e após beijar sua mão pedindo sua benção eu a surpreendia com um "FOLHINHA VERDE SEM LIÇENCA DE APANHAR!". Confesso que nos primeiros dias ela também portava tal objeto!
Mas não desisti, e um certo dia, após seu prato de sopá.... eu a surpreendi novamente. Já meio abatido pelo resultado esperado de dar empate técnico novamente... Eu consegui! Ela não portava tal objeto de valor! Daí olhou pra mim com seus olhos de menina de sempre e me disse: "Depois eu pago uma passagem no biribinha pra você!".
Pra quem não conhece biribinha é um famoso meio de transporte conhecido também como ônibus, ou em linguagem coloquial, vulgo busão!
Hoje, mais de vinte anos depois, ainda acho que ela tinha uma folinha verde guardada no bolso! Me pergunto porque ela não usou e percebo que ter convivido com essa nobre senhora em minha infância foi o mesmo que ter viajado no tempo! Ter vivido em décadas passadas onde valores não eram somente monetários. Em síntese, não existe melhor forma de lembrar alguém que já tenha partido do que seus bons momentos e a caligrafia pela qual escreveu sua própria vida. Então viva a dignidade em ser leal a algo que se acredita! Viva o amor em silêncio e a memória aos que merecem!Que Deus a tenha!
Ahhh observação, já ia me esquecendo, a brincadeira de folha verde existia mesmo (pesquisem no pai dos burro contemporaneo sobre brincadeiras antigas).
E anúncio a todos da grande família Hertel e afins: Não vou deixar que essa brincadeira se acabe e nem mesmo a memória de ninguém! Portanto andem com uma folinha verde em seus bolsos ou carteiras e almoços de família ou terão que me dar o dinheiro da passagem de um *biribinha. (aqui em Belzonte está em torno de R$2,40)!
Beijos pra quem é de beijo e abraço pra quem é de abraço!

Rodrigo de Paula

Um comentário:

  1. Gente, vim pesquisar as brincadeiras antigas do meu tempo e fiquei boquiaberta com essa. Achei que não existia ou que alguém de minha cidade (Bicas) tinha inventado isso pra distrair as crianças.Que surpresa saber que muita gente brincou de folhinha verde. Lembro com saudade de um senhor, desses que ficam pra sempre na memória de uma criança, quando passava perto da gente dizia: folhinha verde aí. Tirávamos do bolso uma folha amassada pra lhe apresentar senão era castigo na certa.Não vamos deixar que acabe. Essas brincadeirinhas de infância fazem bem a alma.

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